terça-feira, 24 de novembro de 2009

Mesmidade e Ipseidade


Para Paul Ricoeur o homem participava de duas dimensões: social e moral. Tanto em uma como em outra, o que o definia como indivíduo era a "linguagem". Linguagem que possibilitava o pensamento, a interpretar e dizer o mundo, e também instituir o indivíduo. Para discorrer sobre o sujeito social Ricouer constituiu o conceito de "mesmidade" e para pensar o sujeito moral autônomo e independente, o de "ipseidade". Mesmidade indicava o que tornava esse sujeito um ente social, da espécie humana,como era dito pelos outros. Entrava em relevo as decrições definidas( forma de categorizar o indivíduo e formar um núcleo social, ex: o garoto que faz as tarefas, a garota que gosta de ouvir música,etc.), os nomes próprios (para agregar em núcleos deparentescos, ex: Marcelo Sousa e Maria Sousa,etc.) e os indicadores ( o uso de pronomes que cri nucleos de relações, ex: pronomes: eu, tu,ele, nós,etc; advérbios de lugar: aqui, ali , acolá; advérbios de tempo: hoje, amanhã, agora, ontem; adveérbios de modo: bem, mal, melhor,etc.).


Mas o que diferenciava o indivíduo de todos os outros da sociedade? O que fazia com que este fosse alguém singular e insubistituível? A sua ipseidade! Ipseidade seria aquilo que caracteriza o indivíduo como ser único, singular, como nenhum outro era, o que o mesmo dizia de si. Para tal era necessário as narrativas e as promessas. As narrativas seriam a história de vida contada pelo indivíduo e que o distinguia de todos os demais, enquanto as promessas seriam a junção entre a fala e a atividade correspondente. Nesta última teríamos como conhecer o indivíduo pela maneira como fala, sobre o que fala, sobre a relevância dessa e o cumprimento.


Ricoeur reconhecia a influencia da natureza, da edcação e de nossas ecolhas e propunha um caminho ético pautado pelo cuidado de si mesmo levando em conta a linguagem, a história de vida e a concomitância entre a fala e a ação.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

A ética utilitarista de Bentham e Stuart Mill


Ao falarmos de utilitarismo, não podemos deixar de fazer menção de dois mentores ingleses dessa vertente ética: Jeremy Bentham(1748-1832) e John Stuart Mill(1806-1873).

O objetivo dos utilitaristas era propiciar o maximo de felicidade possivel para o maior número de pessoas, e o minimo de dor para o menor número de pessoas. Desse modo a felicidade estava ligada ao prazer e a infelicidade a dor.Era preciso então proceder ao cálculo dos prazeres de acordo com Bentham e saber diferenciar entre prazeres superiores e inferiores para Stuart Mill.

Para o cálculo dos prazeres Bentham estabelceu sete variáveis: intensidade (grau de desfrute do prazer), duração (extensão do tempo do início até o término do prazer), certeza ou incerteza (probabilidade do prazer acontecer),proximidade ou longinquidade(intervalo de tempo que decorre do prazer satisfeito),fecundidade( probabilidade do prazer ou a dor multiplicarem-se respectivamente em outros prazeres e dores), pureza ( probabilidade de não serem seguidos de sensações opostas, do prazer a dor e vice-versa) e extensão ( o número de indivíduos afetados pelo meu desfrute). Stuart Mill ao invés de quantificar o prazer, procurava qualificá-lo para isso dividiu em prazeres superiores (os relacionados ao intelecto, a estética e a sociedade) e os inferiores (relacionados aos desejos do corpo). Outra divisão feita por Mill foi a do considerado "útil" e do "expediente". "Útil" seria o que contribui para a felicidade geral, enquanto "expediente" o que serviria a um fim próximo qualquer. Enfim, os dois filosofos completam-se em suas concepções éticas e contribuem para o desenvolvimento de uma sociedade mais solidária.