quarta-feira, 26 de março de 2008

Lições em Leibniz (Parte 2)
Leibniz tinha a preocupação na sua obra literária em dar "razão à razão" . Isso quer dizer que nem a tradição e nem a autoridade estariam acima do crivo racional. Não é porque algo é antigo, seguido e crido pela maioria ou que conte com a aprovação e o endossamento de alguém importante, sincero, inteligente e honesto que seja de fato verdadeiro. Se for por amor a verdade que as autoridades e a tradição existem, é por amor a essa mesma verdade que não temerão serem questionadas, julgadas e avaliadas. Ainda que aquilo que é ensinado seja belo, popular e traga bons frutos e sentimentos, isso não é o suficiente para provar a veracidade de uma idéia. A verdade por vezes é amarga e exige atitudes contrárias ao que a tradição consagrou. E mais, se a razão é de fato o crivo da verdade, pode-se dizer que a estrutura racional e as idéias que a compõe é algo que nasce conosco ou que é construído só a partir da experiência? Para dar conta de solucionar esse problema Leibniz esclarece que sua intenção é de comunicar sua filosofia de maneira a se fazer o mais entendido possível e não impressionar ou obscurecer com jogos de palavras. E dentro dessa intenção utilizou o recurso do diálogo, tão comum nos escritos filosóficos gregos. Para isso são criados dois personagens, Filaleto e Teófilo, o primeiro sendo uma espécie de porta voz das idéias de Locke, e o segundo do próprio Leibniz. Então, centraliza-se a discussão na origem do conhecimento e em torno do fundamento da verdade. Somente pela experiência através dos nossos sentidos conhecemos, ou trazemos algum conhecimento inato e que é desperto por essa mesma experiência? Contribuímos de alguma forma com o fundamento da verdade ou esse fundamento está em algo fora de nós? Essas são questões que o filósofo irá se debruçar.

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