'Ira' é descrita nos dicionários como 'cólera', 'raiva contra alguém ou algo' e 'desejo de vingança'. Todo o homem alguma vez na vida já se sentiu irado, alguns são tomados pela ira quando são tratados rispidamente, outros quando são ignorados, e ainda outros quando se sentem lesados em seus direitos. O indivíduo irado sente-se como que entalado, sufocado por algo, a ponto de “explodir”. Se não explode de imediato, acaba carregando esse sentimento e descontando em outros e em outras situações posteriores.Durante a semana que passou experiênciei duas situações em que me vi possuído por esse sentimento. Percebo como na concepção spinosiana que 'o verdadeiro conhecimento é o conhecimento das causas', portanto, comecei a refletir acerca das origens da ira.Seria este sentimento latente na minha alma, procurando apenas ocasião para desabrochar? Ou foi apenas gerado por algum objeto exterior? Podemos qualificar a ira em "pura" ou "pecaminosa" conforme a noção teológica cristã, que distingue a primeira da segunda pela semelhança com a postura divina sobre o pecado ou mal, ou seja: a ira só é valida se é voltada contra o pecado, do contrário deve ser negada(mortificação do eu). Estaria correto a metodologia de reprimir as paixões conforme a ética platônica e aconcepção paulina, nesse caso negando a ira? Justifica-se um sentimento que faz mais mal a nós do que a pessoa com quem estamos irado? Como lidar de forma adequada com ela? Nega-la não seria na verdade afirma-la? Ignora-la não a tornaria mais forte? O que nos deixa muito irado? É razoável a ira que manifestamos? Essas são perguntas que podemos fazer a nós mesmos...
sábado, 1 de setembro de 2007
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