domingo, 27 de janeiro de 2008

Epicuro e a filosofia do prazer (Parte 3)
Prosseguindo, vimos que para Epicuro ainda era necessário mais um passo para conduzir o homem a felicidade. E este era a procura do prazer e a fuga da dor. Talvez você pergunte: "Que significa isso?" Vamos então ao esclarecimento:
Sobre esse ponto, Epicuro entendia que o sábio reconhecia que havia diferentes tipos de prazer, e sabia selecioná-los e dosá-los. O ponto de partida para a felicidade estaria então na satisfação dos desejos físicos, naturais. Porém, essa satisfação, para não acarretar sofrimentos, deveria ser contida, reduzindo-se ao estritamente necessário.Poderia se classificar os tipos de prazer em dois niveis: "prazer de movimento" e "prazer de repouso". O prazer de movimento seria o da satisfação física imediata e mutável; enquanto que o de repouso seria o de dimensão ética que era constituído pela 'ataraxia'(ausência de perturbação) e pela 'aponia' (ausência de dor). Para se chegar a esse prazer de repouso era necessário criar a consciência de que é necessário renunciar a todo prazer que possa ser fonte de aflição e aceitar a dor quando ela é portadora de um bem futuro. Dessa forma era então o homem capaz de ser feliz e sereno independente das circunstâncias. À dor presente, ensina Epícuro, pode-se escapar por meio da lembrança dos prazeres passados ou pela expectativa de prazeres futuros. Interiormente, o homem é livre para jogar, à vontade, com as imagens (eidola) que seriam resquícios corpóreos de suas sensações.
Epicuro fazia da contemplação intelectual e das delícias da amizade os mais elevados prazeres, legou às éticas posteriores uma lição que nunca mais será esquecida: a de que o homem também pode se sustentar de recordações e de esperanças.

Um comentário:

Unknown disse...

Caríssimo Fabio

Exemplar e instigante o seu trabalho. Espero que este possa continuar e ilustrar tantos quantos venham dele assomar-se.

Um grande abraço.

Flávio Landolpho