quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

René Descartes e o Discurso do Método (Parte 1)
Nascido em La Haye, França, no dia 31 de março de 1596, René Descartes estudou num colégio jesuíta e depois se formou em Direito. Engajou-se no serviço militar na Holanda, viajou pela Europa e no fim de seus dias viveu na Suécia, onde veio a falecer em 1650. Entre suas principais obras estão: Meditações, Regras para a Direção do Espírito, Princípios de Filosofia, As Paixões da Alma e Discurso do Método. Este último é um dos livros que constitui a base de sua epistemologia. Conforme o próprio livro informa está dividido em seis partes. Na primeira, há diversas considerações sobre a ciência. Na segunda, as principais regras sugeridas por ele para a prática científica. Na terceira, algumas das justificativas do método. Na quarta, as provas da existência de Deus e da alma humana,ou seja, os fundamentos da metafísica. Na quinta, Descartes faz algumas aplicações do método a questões físicas e relativas à medicina; também as particularidades da alma humana. Por fim, na sexta, as razões que o levaram a escrever o tratado e aquilo que Descartes acredita ser essencial para o progresso do conhecimento .Descartes abre a primeira parte do seu livro mostrando um pouco de suas vivências, sua determinação em desenvolver seu método e os caminhos que perseguiu. Em linhas gerais menciona a teologia, a filosofia, a jurisprudência e a medicina e suas respectivas funções. Mostrando o cuidado com que teve de procurar distinguir o verdadeiro do falso, de rejeitar a credulidade e a precipitação, e de determinar-se a examinar a si mesmo. O fim da primeira parte está embricado na segunda quando continua a relatar a experiência de seu auto-conhecimento quando esteve sozinho na Alemanha, a sua firme constatação da necessidade de reformar e construir seus próprios pensamentos, desembocando nas quatro regras de seu método: o de nunca aceitar alguma coisa como verdadeira que não fosse conhecida evidentemente como tal, evitando toda precipitação e prevenção; o de dividir as dificuldades para que melhor fossem analisadas; a condução do pensamento dos objetos mais simples aos mais complexos; e o de poder elaborar enumerações completas e revisões de que tivesse certeza de nada omitir. Na verdade, o Discurso propõe um modelo quase matemático para conduzir o pensamento humano, uma vez que a matemática tem por característica a certeza, a ausência de dúvidas.

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