De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) a educação para o exercício da cidadania é o objetivo da Filosofia. Mas o que é cidadania? Segundo o Dicionário Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, “cidadania é a qualidade ou estado do cidadão”, entende-se por cidadão “o indivíduo no gozo dos direitos civis e políticos de um estado, ou no desempenho de seus deveres para com este”. No sentido etimológico da palavra, cidadão deriva da palavra civita, que em latim significa “cidade”, e que tem seu correlato grego na palavra politikos – aquele que habita na cidade. É sabido que uma educação filosófica visa a autonomia e leva em consideração as problemáticas sociopolíticas, por isso não pode deixar de lado a formação do cidadão.Ser cidadão conforme podemos observar até mesmo na definição citada acima envolve atitude, é participar ativa e conscientemente na comunidade a qual se está inserido. Refletindo sobre a realidade do nosso país, pode-se apontar que ainda não conseguiu-se realizar o ideal de cidadania, ainda há privilégios para as elites. Urge no Brasil a necessidade de uma cidadania que seja ativa e que promova uma forma de ação política possível para o benefício de todo o conjunto da sociedade. Onde está a cidadania diante do quadro de desigualdade sócio-econômica que vivenciamos? Não é qualquer educação que colaborará com a construção da cidadania, mas uma voltada para a singularização dos indivíduos, para a constituição de mentes livres e criativas, e de seres humanos que tomem em suas mãos os destinos de suas vidas e comunidades,e ai entra a importância da Filosofia nessa construção. São os atos de cidadania que educam para a cidadania, e nós como professores devemos nos preocupar com nossa postura e atos em sala de aula, pois que tem grande influência, é a chamada pedagogia do exemplo. Para a filosofia cumprir seu papel de formar cidadãos não é somente necessário o estudo da história da filosofia, mas o exercício do filosofar na busca da construção de um pensamento próprio frente ao cotidiano e a vida, e que promova a liberdade, a criatividade e a solidariedade.
quarta-feira, 30 de janeiro de 2008
domingo, 27 de janeiro de 2008
Prosseguindo, vimos que para Epicuro ainda era necessário mais um passo para conduzir o homem a felicidade. E este era a procura do prazer e a fuga da dor. Talvez você pergunte: "Que significa isso?" Vamos então ao esclarecimento:
Sobre esse ponto, Epicuro entendia que o sábio reconhecia que havia diferentes tipos de prazer, e sabia selecioná-los e dosá-los. O ponto de partida para a felicidade estaria então na satisfação dos desejos físicos, naturais. Porém, essa satisfação, para não acarretar sofrimentos, deveria ser contida, reduzindo-se ao estritamente necessário.Poderia se classificar os tipos de prazer em dois niveis: "prazer de movimento" e "prazer de repouso". O prazer de movimento seria o da satisfação física imediata e mutável; enquanto que o de repouso seria o de dimensão ética que era constituído pela 'ataraxia'(ausência de perturbação) e pela 'aponia' (ausência de dor). Para se chegar a esse prazer de repouso era necessário criar a consciência de que é necessário renunciar a todo prazer que possa ser fonte de aflição e aceitar a dor quando ela é portadora de um bem futuro. Dessa forma era então o homem capaz de ser feliz e sereno independente das circunstâncias. À dor presente, ensina Epícuro, pode-se escapar por meio da lembrança dos prazeres passados ou pela expectativa de prazeres futuros. Interiormente, o homem é livre para jogar, à vontade, com as imagens (eidola) que seriam resquícios corpóreos de suas sensações.
Epicuro fazia da contemplação intelectual e das delícias da amizade os mais elevados prazeres, legou às éticas posteriores uma lição que nunca mais será esquecida: a de que o homem também pode se sustentar de recordações e de esperanças.
Sobre esse ponto, Epicuro entendia que o sábio reconhecia que havia diferentes tipos de prazer, e sabia selecioná-los e dosá-los. O ponto de partida para a felicidade estaria então na satisfação dos desejos físicos, naturais. Porém, essa satisfação, para não acarretar sofrimentos, deveria ser contida, reduzindo-se ao estritamente necessário.Poderia se classificar os tipos de prazer em dois niveis: "prazer de movimento" e "prazer de repouso". O prazer de movimento seria o da satisfação física imediata e mutável; enquanto que o de repouso seria o de dimensão ética que era constituído pela 'ataraxia'(ausência de perturbação) e pela 'aponia' (ausência de dor). Para se chegar a esse prazer de repouso era necessário criar a consciência de que é necessário renunciar a todo prazer que possa ser fonte de aflição e aceitar a dor quando ela é portadora de um bem futuro. Dessa forma era então o homem capaz de ser feliz e sereno independente das circunstâncias. À dor presente, ensina Epícuro, pode-se escapar por meio da lembrança dos prazeres passados ou pela expectativa de prazeres futuros. Interiormente, o homem é livre para jogar, à vontade, com as imagens (eidola) que seriam resquícios corpóreos de suas sensações.
Epicuro fazia da contemplação intelectual e das delícias da amizade os mais elevados prazeres, legou às éticas posteriores uma lição que nunca mais será esquecida: a de que o homem também pode se sustentar de recordações e de esperanças.

Epicuro e a filosofia do prazer (Parte 2)
Epicuro apesar de sua debilidade física, era alguém positivo e que influenciava muito as pessoas. Qual era o segredo? Epicuro acreditava que a filosofia devia servir o homem como instrumento de libertação e como via de acesso à verdadeira felicidade. Para Epicuro haviam dois temores que impediam o homem de encontrar a felicidade: o medo dos deuses e o medo da morte. Qualquer semelhança com o medo dos nossos dias não é mera coicidência.Com relação a vencer o medo dos deuses, Epicuro refletia da seguinte forma: Os deuses de fato existiam, porém eram tão perfeitos, que jamais se misturariam conosco ou estariam se preocupando conosco, haja vista que somos imperfeitos e fracos. Em outras palavras, eles desconhecem o mundo imperfeito humano e não atuam sobre ele. Quanto ao medo da morte, não há também porque temê-la. Ela não seria mais que a dissolução do aglomerado de átomos que constitui o corpo e a alma. A morte, portanto, não existe enquanto o homem vive e este não existe quando ela sobrevêm. A libertação do medo dos deuses e da morte não basta para conduzir o homem a verdadeira felicidade, ainda era necessário mais uma coisa. E é o que veremos no próximo artigo, finalizando a reflexão sobre a filosofia epicurista.
Se lhe perguntasse: "Você é feliz?" - o que você me responderia? Não sei sua resposta, mas já fiz essa pergunta para dezenas de pessoas e a grande maioria dizia que 'não era feliz', mas estavam 'buscando a felicidade'.
E você sabia que houve um filósofo chamado Epicuro que buscou também o caminho da felicidade,e filosofou a respeito disso? Pois é, para Epicuro o bem supremo da vida é a felicidade. Mas talvez você me pergunte: "quem era esse filósofo e o que ele tinha a dizer à respeito da felicidade?" E é isso o que vamos ver agora...
Epicuro viveu na Grecia, mais especificamente na cidade de Atenas entre 341-270 a.C.. Tinha uma doença muito terrivel que o atrofiava, porém era alguém com quem as pessoas gostavam de estar junto. Epicuro era descrito como bondoso, alguém que cultivava as amizades, auxiliava os irmãos e tratava delicadamente os escravos. Fico a imaginar que existem pessoas que por menos problemas se tornam amargas, inacessíveis e grossas. De fato, Epicuro era um exemplo! Um dos seguidores de sua filosofia, um poeta romano chamado Lucrécio disse dele: "Foi um deus, sim, um deus, aquele que primeiro descobriu esta maneira de viver que agora se chama sabedoria, aquele que por sua arte nos fez escapar de tais tempestades e de tais noites, para colocar nossa vida numa morada tão calma e tão luminosa."
E você sabia que houve um filósofo chamado Epicuro que buscou também o caminho da felicidade,e filosofou a respeito disso? Pois é, para Epicuro o bem supremo da vida é a felicidade. Mas talvez você me pergunte: "quem era esse filósofo e o que ele tinha a dizer à respeito da felicidade?" E é isso o que vamos ver agora...
Epicuro viveu na Grecia, mais especificamente na cidade de Atenas entre 341-270 a.C.. Tinha uma doença muito terrivel que o atrofiava, porém era alguém com quem as pessoas gostavam de estar junto. Epicuro era descrito como bondoso, alguém que cultivava as amizades, auxiliava os irmãos e tratava delicadamente os escravos. Fico a imaginar que existem pessoas que por menos problemas se tornam amargas, inacessíveis e grossas. De fato, Epicuro era um exemplo! Um dos seguidores de sua filosofia, um poeta romano chamado Lucrécio disse dele: "Foi um deus, sim, um deus, aquele que primeiro descobriu esta maneira de viver que agora se chama sabedoria, aquele que por sua arte nos fez escapar de tais tempestades e de tais noites, para colocar nossa vida numa morada tão calma e tão luminosa."
sábado, 5 de janeiro de 2008

Filósofo do mês: Aristóteles
"Duas condições são necessárias para alcançar o bem geral; primeiramente, que haja um ideal e que o fim que se porpõe sej alouvável;depois, que se encontrem quais são os atos que podem conduzir a esse fim.Essas duas condições podem ou não concordar-se. Ora, o fim é excelente, mas erra-se no meio de atingi-lo. Umas vezes têm-se todas as possibilidades de alcança-lo, mas o fim proposto é mau. Outras vezes erra-se ao mesmo tempo no fim e nos meios, como acontece na Medicina, quando julga mal o estado de saúde do corpo, e não encontra os meios de atingir o fim que se propõe. Ora, nas artes e nas ciências, é preciso apontar magistralmente ao alvo e aos meios que a ele conduzem. É claro que todos os homens aspiram à virtude e à felicidade; mas uns podem atingi-las, outros não (asim o quer o acaso ou a natureza). A virtude necessita de uma certa quantidade de meios, que deve ser pequena para aqueles que são melhores dispostos, e maior para os que têm disposições menos favoráveis. Outros, finalmente, extraviam-se desde os primeiros passos na procura da felicidade, embora possuam todas as faculdades exigidas. Já que o objeto que nos propomos é a procura da melhor constituição, já que a melhors constituição é aquela que dá a melhor administração da cidade, e que a melhor administração da cidade é a que proporciona a maior soma de felicidade, segue-se que é preciso antes saber o que é a felicidade.(...)A felicidade é o resultado e o desenvolvimento completo da virtude, não relativa, mas absoluta. Ora, por virtude relativa entendo aquela que se aplica aos atos necessários,e por virtude absoluta é que se dirige unicamente ao belo.(...)Por oposição, os atos que têm por objetivo a honra e abundância de bens da alma, são o que há de mais belo no sentido absoluto.(...) Na Moral, definimos o homem virtuoso como sendo aquele cuja virtude eleva os bens interiores à altura de bens absolutos. É evidente que a maneira pela qual deles faz uso é forçoasamente nobre e bela no sentido absoluto. Eis no entanto que o vulgar julga que os bens exteriores são causas da felicidade, como se o talento e a perfeição com que o músico toca a lira fossem devido mais à qualidade do instrumento que à habilidade do artista."(Aristóteles -A Política - página 105)
terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Pérolas da filosofia de Erich Fromm
Erich Fromm (1900-1980) foi um filósofo e psicanalista alemão, autor de muitas obras, entre as quais "O Medo e a Liberdade", "A sociedade sã" e "A Arte de Amar", estudou e refletiu sobre a influência da sociedade e da cultura no indivíduo.Para Fromm, a personalidade de um indivíduo era o resultado de fatores culturais e biológicos. Neste aspecto estava em desacordo com Freud, que privilegiava sobretudo os aspectos inconscientes do psiquismo. Fromm integrou os aspectos socio-económicos na explicação das neuroses e estabeleceu um relacionamento entre o marxismo e a psicanálise.
Penso que algumas das idéias de Fromm podem contribuir para uma entrada de ano consciênte, certa das possibilidades de exito e preparada para lidar com as frustrações, fazendo uso delas para nosso crescimento pessoal e autonomia. Vejamos:
* A pessoa torna-se livre e cresce através de atos de desobediência, que é condição de liberdade. Temos assim a capacidade de duvidar, de criticar e de desobedecer.
* Aceitação do fato de que ninguém e nada fora de nós pode dar significado à nossa vida.
* Desenvolver a própria fantasia, não como fuga de circunstâncias intoleráveis, senão como antecipação de possibilidades concretas, como meio para superar circunstâncias intoleráveis.
* Dar-se conta de que o mal e a destrutividade são consequências necessárias da falência do propósito de crescer.
Para terminar algumas citações diretas e importantíssimas de Fromm:
"Os fatos não são, na sociedade, a realidade última na qual o conhecimento encontraria o seu próprio fundamento e critério, porque eles próprios são mediados pela sociedade."
"O perigo do passado era que os homens se tornassem escravos. O perigo do futuro é que os homens se tornem autómatos."
"A maior parte das pessoas vê no problema do amor, em primeiro lugar, o problema de ser amado, e não o problema da própria capacidade de amar."
"A ânsia de poder não é originada da força, mas da fraqueza."
"A principal tarefa na vida de um homem é a de dar nascimento a si próprio."
segunda-feira, 24 de dezembro de 2007
Lições em Leibniz

Gottfried Wilhelm Leibniz(1646-1716), alemão de nascimento, foi um dos maiores filósofos modernos, com sua filosofia otimista e conciliadora escreveu grandes obras que trazem importantes legados para o pensamento dos nossos dias. Uma de suas obras inspiradoras é "Novos Ensaios sobre o Entendimento Humano"(1701-1704), escrita em forma de diálogos(estilo de Platão) constando em dois volumes. No primeiro estão "As Noções Inatas" e "As Idéias", e no segundo estão "As Palavras" e "O Conhecimento". Este livro parte de críticas sobre as idéias de outro filósofo, John Locke, que escrevera "Ensaio sobre o Entendimento Humano". Conforme sua própria descrição,Leibniz posiciona-se em Platão enquanto Locke em Aristóteles, ainda que ambos não concordem integralmente com tudo o que os filósofos gregos ensinem. No quesito teoria do conhecimento temos então que Leibniz é idealista e Locke empirista, isso equivale dizer que enquanto que para o primeiro existem idéias inatas, para o segundo as idéias surgem com a experiência.
Ainda que Leibniz discorde de muitos dos posicionamentos de Locke, com todo tato e maestria não utiliza de artíficios para denigrir a filosofia deste afim de que a sua se sobressaia, atitude muito comum em alguns escritores dos nossos dias, mas reconhece a contribuição de Locke bem como sua seriedade e amor pela verdade.
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