Filósofo do mês: Blaise Pascal
"Não nos satisfazemos com a vida que temos em nós e no nosso próprio ser:desejamos viver na idéia dos outros uma vida imaginária,e, para isso, esforçamo-nos por fingir. Trabalhamos incansavelmente para embelezar e conservar nosso ser imaginário e negligenciamos o verdadeiro. E se temos tranquilidade, ou generosidade, ou fidelidade, apressamos em fazê-lo saber a todos, a fim de relacionar essas virtudes a esse nosso outro ser; e de bom grado as destacaríamos de nós para uni-las a ele; e seríamos prazerosamente covardes para adquirir a reputação de corajosos. Grande marca do vazio de nosso próprio ser, não estar satisfeito com um sem o outro, e renunciar muitas vezes a um pelo outro! Pois quem não morresse para conservar sua honra seria infame. Somos tão presunçosos que desejaríamos nos tornar conhecidos por toda a Terra,e até pelas pessoas que vierem quando nela não estivermos mais, e somos tão vãos que a estima de cinco ou seis pessoas que nos rodeiam nos diverte e nos compraz." (Pensamentos, página 72)
Nenhum comentário:
Postar um comentário